Sua capacidade de regeneração torna essas salamandras a coisa mais próxima da fonte da juventude encontrada na natureza.
Axolotes são salamandras aquáticas que crescem até cerca de trinta centímetros de comprimento e são encontradas apenas nas águas frias e escuras do Lago Xochimilco, e seus canais próximos perto da Cidade do México. Esses anfíbios fascinam a qualquer um que os encontram. Com uma variedade de recursos exclusivos dados por Deus, os axolotes não são apenas animais de estimação exóticos cativantes, mas também objetos fascinantes de pesquisa médica.
Axolotes são normalmente manchados de verde e marrom para camuflar debaixo d’água, mas eles também vêm em uma impressionante variedade de cores chamadas de morfos. O axalote pode ser preto, cobre, dourado, lilás, cinza, branco, multicolorido, malhado ou albino. Muitos axolotes, têm vários graus de sardas em seus corpos. Os cientistas até criaram uma metamorfose chamada GFP (proteína fluorescente verde) que brilha sob luz azul ou UV.
Embora as pessoas possam ter dificuldade em lembrar seu nome, raramente se esquecem de ver o rosto “sorridente” de um axolote cercado por guelras fofas. A razão para essa aparência adorável é uma característica conhecida como neotenia, o que significa que os axolotes retêm algumas características juvenis quando adultos. De certa forma, eles nunca crescem.
A maioria dos anfíbios começam suas vidas como girinos aquáticos e passam por metamorfose à medida que envelhecem, muitas vezes crescendo pernas e se transformando em adultos, que respiram ar e vivem na terra. No entanto, os axolotes parecem ter ficado “presos” na metade do processo. Enquanto desenvolvem pernas e pulmões, podem respirar ar e se reproduzir sexualmente, eles mantêm suas guelras e caudas de girino e continuam a viver debaixo d’água.
Sua neotenia decorre da falta de um hormônio estimulador da tireoide. No entanto, quando administrado esse hormônio ausente sob cuidados humanos, os axolotes irão completar sua metamorfose em salamandras totalmente terrestres. Na verdade, a neotenia axolote ajudou os cientistas a descobrir os hormônios da tireoide.
Apesar de serem adoráveis, os axolotes estão longe de ser inocentes – eles são caçadores formidáveis. Antes de Adão e Eva pecarem e a criação ser amaldiçoada (Gênesis 3), todos os animais comiam vegetação (Gênesis 1: 29-30). No mundo caído de hoje, os axolotes consomem vermes, larvas, moluscos, crustáceos e peixes, usando a sucção para aspirar a presa em suas bocas.
As incríveis habilidades regenerativas dos axolotes os tornam objetos de pesquisa valiosos em laboratórios de todo o mundo. Eles são capazes de regenerar não apenas membros, mas também mandíbulas, medulas espinhais, cauda, olhos, órgãos e seções de seus cérebros sem deixar cicatrizes. Eles podem regenerar a mesma parte do corpo várias vezes sem imperfeições. Os cientistas até transplantaram com sucesso órgãos de um axolote para outro.
Como os axolotes curam? Quando feridos, os axolotes transformam as células próximas em células-tronco e recrutam outras células-tronco em seu corpo para remediar o que foi ferido. O estudo da regeneração de axolote aumentou nosso conhecimento sobre tudo, desde o desenvolvimento embrionário até transplantes de órgãos e amputações. Além disso, os axolotes são 1.000 vezes mais resistentes ao câncer do que os mamíferos, por isso contribuíram para a pesquisa da cura do câncer. Na verdade, um extrato derivado de óvulos de axolote interrompe com sucesso a propagação do câncer de mama. Sua neotenia, mais suas habilidades de cura, tornam esses animais a coisa mais próxima da fonte da juventude encontrada na natureza.
Realmente a genética dos axalotes ainda muitos a nos ensinar. Em um artigo da BBC News, é dito o seguinte sobre as conclusões dos pesquisadores:
"Outros estão procurando maneiras de como a regeneração do axolote pode ajudar a cicatrizar órgãos humanos, como coração ou fígado".
Os axolotes também estão ajudando Servín Zamora e outros cientistas a entender a aparente resistência ao câncer que todos os anfíbios parecem ter.
"Em 15 anos, não vi nenhum caso de tumor maligno em axolotes, o que é interessante", diz ela. "Suspeitamos que sua capacidade de regenerar células e partes do corpo ajude nesse aspecto."
Na natureza, podemos encontrar soluções muito mais melhores que as humanas, os axalotes seriam bons representantes da biomimética, com suas estruturas genéticas, entendendo cada vez mais a maneira como a informação e manipulada eu seu DNA, colaborariam demais no avanço científico e tecnológico.
A maioria dos axolotes sob cuidados humanos, descendem de apenas 34 espécimes retirados do Lago Xochimilco durante uma expedição francesa em 1863, que despertou o interesse mundial pelos axolotes. Infelizmente, isso levou a uma endogamia substancial, então axolotes cativos foram cruzados com salamandras tigre para ampliar o pool genético. Esses esforços de hibridização foram bem-sucedidos, porque as duas espécies pertencem ao mesmo tipo criado (Gênesis 1: 24-25). Consequentemente, a maioria dos axolotes sob cuidados humanos são, na verdade, parte da salamandra tigre.
Infelizmente, os axolotes selvagens estão à beira da extinção. Um estudo no Lago Xochimilco em 1998 encontrou 6.000 axolotes por quilômetro quadrado, mas o censo mais recente em 2015 encontrou apenas 35 axolotes por quilômetro quadrado. Os cientistas estimam que haja menos de 1.000 restantes em seu habitat natural. Muitos de seus lagos originais foram drenados e as populações estão despencando devido à forte poluição. Além disso, os humanos introduziram peixes invasores no Lago Xochimilco que comem axolotes.
Podemos ser gratos pelo fato de os biólogos estarem trabalhando para inspirar o povo mexicano a salvar esses anfíbios, antes que se extingam. Pesquisadores e moradores começaram a construir abrigos de axolote, cultivar plantas de filtragem de água e iniciar campos de cultivo flutuantes, sem produtos químicos no Lago Xochimilco, como tentativas de combater a poluição e predadores invasores.
Deus nos chama para ser bons administradores de sua criação (Gênesis 1:28), e podemos obedecer a esse mandato de domínio trabalhando para salvar certas espécies em perigo crítico, como os axolotes. Essas criaturas são representações incríveis da criatividade e do design de Deus, e contribuem muito para o avanço da pesquisa médica. Se esses esforços de conservação continuarem, a esperança de muitos é que o incrível axolote, viverá para fascinar futuros pesquisadores e donos de animais de estimação.
Esse artigo é uma tradução e adaptação do periódico Answers in Genesis.
Referências:
A Tale of Two Axolotls, S. Voss, M. Woodcock, L. Zambrano, BioScience.
A estranha criatura mexicana que se regenera sozinha e pode desvendar chave de imunidade ao câncer, M. Frye, BBC News.
Axolotl—Forever Young, K. Altman, Answers in Genesis.